Saturday, October 08, 2005

Papeis Importantes Na Revolução de Abril

Álvaro Cunhal
Carismático secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP),foi, nos anos 40, o autor da reestruturação desta formação política na clandestinidade. Esteve preso durante mais de 13 anos, no tempo da ditadura. A sua recambolesca evasão do forte de Peniche, a 3 de Janeiro de 1960, constituiu um dos acontecimentos marcantes da Resistência.
Residente no estrangeiro desde essa data, regressou a Portugal no dia 30 de Abril de 1974, para ocupar o cargo de ministro sem pasta, nos dois governos provisórios e traçar assim as linhas da estratégia do seu partido. Idolatrado pelos comunistas portugueses, foi, enquanto existiu a URSS, um defensor intransigente da sua política.

Diogo Freitas Do Amaral

Ex-discípulo e colaborador de Marcello Caetano na Faculdade de Direito de Lisboa, foi, com Adelino Amaro da Costa, um dos fundadores do CDS como partido conservador «rigorosamente ao centro». Viria a afastar-se desta formação quando ela enverdou por caminhos dos quais discordou.
Nos anos mais recentes tem surpreendido por tomadas de posição por vezes consideradas de «esquerda».

Mário Soares
Secretário-geral do partido Socialista (PS) desde a sua fundação na Alemanha, em 1973, e antes disso de Acção Socialista Portuguesa (ASP), é, desde os tempos de clandestinidade, o político português que disfruta de maior projecção Internacional. Depois de, na juventude ter sido militante comunista (pertenceu à Comissão Central do MUD e fundou o MUD juvenil), abandonou o PCP e manteve-se desde então ligado a praticamente todas as actividades da oposição democrática, tendo defendido como advogado inúmeros presos políticos. Ele próprio detido por diversas vezes, acabaria por ser deportado por salazar para a ilha de S. Tomé, de onde regressou após a subida de Caetano ao poder. Na altura do 25 de Abril encontrava-se exilado em França. Ministro dos negócios estrangeiros dos três primeiros governos privisóris pós-25 de Abril e ministro sem pasta no IV, está indelevelmente ligadoà primeira fase de descolonização. Viria a chefiar o primeiro governo constitucional (ascendendo muito mais tarde, como se sabe, à Presidência de República). Após a radicalização esquerdista de 11 de Março de 1975, encabeçou a luta contra o «gonçalvismo», que viria a ser coroada de êxito com a estabilização democrática e a adesão do País à CEE, actual União Europeia.

Francisco Sá Carneiro

Depois de ter sido a pricipal figura da «ala liberal» dos últimos anos de Assembeleia Nacional corporativa, renunciou às funções de deputado por se ter apercebido de impossibilidade de fazer evoluir o regime de Marcello Caetano para uma democracia. Logo após o 25 de Abril seria um dos fundadores do Partido Popular Democrático (PPD), o actual PSD. As trágicas circunstâncias da sua morte, na queda de um pequeno avião em Camarate, ainda hoje continuam a suscitar paixões, sendo venerado por muitos como um mártir.

Ramalho Eanes
Eleito Presidente da República em 1976, defendeu a nova Constituição em todas as circunstâncias.
Fora antes nomeado para gerir e «arbitrar» a RTP. Coordenou militarmente o contragolpe democrático de 25 de Novembro de 1975.

António de Spínola

Presidente de JSN e Presidente de República de Maio a Setembro de 1974, fora comandante chefe e governador da Guiné de 1968 a 1973 e vice-chefe do EMGFA. No livro Portugal e o Futuro advogara a tese federalista para as colónias, que tentou levar à prática quando PR.
Foi obrigado a demitir-se depois do falhanço do golpe-manifestação da «maioria silenciosa». Envolvido na tentativa de golpe de 11 de Março de 1975 fugiu para Espanha e de seguida para o Brasil. No exílio, fundou o Movimento Democrático para a Libertação de Portugal (MDLP), apoiado pelo remanescente do antido regime.

Salgueiro Maia
Verdadeiro protagonista das operações militares que derrubaram o «Estado Novo» em Lisboa, prendeu Marcello Caetano à frente de coluna de EPC que cercou o quartel de GNR do Carmo. Afastando da luta de tendências no seio do MFA (movimento das Forças Armadas), não quis fazer política e regressou às suas funções na arma de Cavalaria, logo após o triunfo da revolução.