Um dia, numa cidade perdida no Mundo, uma família de Reis, abastada em bens, senhores das suas regras, a quem pertencia um enorme Reino, vivia pensando que o mundo lhes pertencia, sem sequer terem saído do seu próprio Reino, apesar do Reino ser grande, não era suficientemente grande para conhecerem o mundo. Eram auto-suficientes, pois tinham vinho das suas próprias colheitas, tinham gado, tinham um riacho enorme onde baloiçavam peixes de qualidades várias ao sabor da corrente. Tinham tudo, nada lhes faltava. Talvez por isso a ideia do pertence do mundo.
No mundo passavam-se coisas tremendas, das quais os Reis nem sonhavam: fomes, pestes, guerras…
Certo dia, chegou no vapor um senhor sábio, entendido nas matérias mais profundas da ciência humana, dominava os problemas do Mundo...
Chegou, com uma mala velha, sapatos por engraxar, meio empoeirados pelos caminhos térreos que havia atravessado, com umas calças velhas, e um casaco amarrotado.
Ao ver tal figura, a vizinhança não tardou a alertar os Reis de tal transeunte que por ali passava pedindo hospitalidade por parte do povo. Uma família acolheu-o com cuidado. Deu-lhe comida, roupa lavada, e tecto, que apesar de ser uma família humilde, lhe pôde dar aquilo que este sábio esperava. Ao saber tal notícia o Rei, com pena deste pobre homem convidou-o para um jantar, para o conhecer melhor. Nem o Rei, nem as pessoas da aldeia, sabiam que este homem, que aparentava ser pobre, era rico em inteligência e em espírito, um sábio inigualável. Sem se saber como, nem porquê, o Rei simpatizou com este homem e convidou-o para um banquete em casa dele.
O sábio, recebeu em casa onde morava um convite formal, escrito pelo Rei, onde o Rei o convidava para o dito banquete no seu Palácio. O sábio, e esse, na verdade era o seu segredo, era dar a conhecer ao Rei o Mundo lá fora. Fora das quatro paredes do Palácio, fora dos 200 hectares que possuía. E assim aceitou o convite.
O convite dizia:
Caro Senhor, gostaria de terá a amabilidade de falar consigo pessoalmente, soube que pára por esta zona e gostaria de o conhecer, espero por si às 20:00 em ponto, no dia 3 de Março, para nos reunirmos para um banquete abastado no Palácio do meu Reino.
No dia combinado, à hora combinada, lá estava à porta do palácio, o homem pobre, por quem o rei esperava.
A conversa durou umas poucas horas, mas após terem falado à vontade, o rei percebeu que havia algo de diferente neste homem que ali diante dele se encontrava, por isso convidou-o para se albergar no Palácio Real, em troco de todas as noites este homem lhe contar histórias sobre o mundo.
No outro dia, bem de manhã, estaria o sábio à porta da Palácio para ser albergado.
Nessa mesma noite, o rei ficou deliciado com as histórias que este transeunte lhe trazia.
Certo dia, e após durante um mês este homem lhe ter contado as maravilhas do Mundo este decidiu contar o lado negro do Mundo, a parte da vida que o rei desconhecia e que pensava dominar.
Durante uma semana o homem contou-lhe histórias horríveis, que o Rei, dia após dia, ficava mais deprimido.
Num dia de Domingo, onde chovia a cântaros, o sábio acordou com um grande alarido no Palácio. O rei, depois de ter ficado tão deprimido, deixou de ter a alegria em viver, e nessa manhã o rei suicidou-se, deixando a rainha tão destroçada que morreu com ele no profundo desespero.
Nisto, a população unida, após esta trágica notícia, decidiu, que o herdeiro do trono seria este sábio inigualável, que sem ser o seu objectivo, matou o rei com o mal do Mundo. E a partir desse dia, tanto o Reino, como o país, baixou-se, perante tal personalidade, proclamando-o como Rei do Reino de além fronteiras! O novo Rei, com a sua sabedoria, combateu a desgraça no seu país e no Mundo, sendo uma pessoa sempre honesta e trabalhadora, lutadora dos princípios de uma vida melhor!